Fidelidade!
O livro de Habacuque começa com uma indagação feita por ele à Deus, sobre o até quando ele clamaria sem obter resposta. Habacuque olha para a situação ao seu redor e não consegue enxergar Deus. Só havia violência, opressão e injustiça. Para piorar as coisas, vê Deus levantar um povo cruel e violento para os disciplinar por seus pecados através da destruição causada pelos babilônios.
Apesar de serem usados por Deus para corrigir o povo, há acusações explícitas contra os babilônios nos versículos 7 e 11 do capítulo 1 quando diz que eles decidem por si mesmos o que é certo, pois têm como deus a sua própria força.
No capítulo 2 Deus responde a Habacuque, mas as primeiras palavras aparentemente em nada respondem à sua pergunta inicial, mas coloca em cena um elemento com o qual não sabemos lidar pois pertence somente a Ele: o futuro. Deus diz que aquela resposta dizia respeito à uma visão do futuro, a algo que Habacuque poderia esperar com paciência que certamente aconteceria mesmo que parecesse tardar.
Para minha surpresa, a resposta de Deus não tratou de promessas de vitória sobre o inimigo ou de melhorias das condições reclamadas por Habacuque, em contrapartida veio um enfática afirmação: "Olhe para os arrogantes, os perversos que em si mesmos confiam; o justo, porém, viverá por sua fidelidade a Deus (Hab 2:4 NVT).
Para Deus toda a questão se tratava de pessoas ímpias que confiavam em si e pessoas justas que viviam por sua fidelidade a Deus. Perversos que confiavam no dinheiro, na força do seu braço, na opressão sob os mais fracos, mas não percebiam como era tolo confiar em "deuses" esculpidos por suas próprias mãos que não os salvaria diante do senhorio poderoso de Deus, pois diante dEle toda terra se cala (Hab 2:20).
Habacuque entendeu o recado e apenas OROU. sim, entoou uma oração em forma de cântico de louvor. Uma oração profunda que exalta a grandeza de Deus e o seu poder, relembra os seus feitos no meio do povo de Israel desde a antiguidade.
Desde a criação do mundo a glória e o poder de Deus são manifestos.
Habacuque fica assombrado diante de tamanho poder e diz que estremeceu dentro de si, com medo e tremor diante dessas verdades sobre Deus. Nada mais lhe restava fazer senão esperar em silêncio o cumprimento da promessa de Deus: o justo, porém, viverá por sua fidelidade a Deus (Hab 2:4 NVT).
Não é sobre circunstâncias boas ou ruins. Não é sobre viver uma vida calma e sem conflitos. Não é sobre ter a segurança que o dinheiro ou uma boa moradia podem aparentemente ofertar. Não é sobre a força do nosso braço ou ou sobre os feitos efêmeros dos ídolos que criamos pra nós mesmos.
É sobre fidelidade a Deus. É sobre um Deus soberano, que nos salvou de uma natureza pecaminosa que nos levava a uma vida sem propósito, baseada na busca por satisfação de prazeres deste lado da realidade, sem considerar as promessas de um futuro que caminha para o propósito final de toda as coisas que é a glorificação DELE. Pois nEle, sob o senhorio dEle podemos crer que ainda que a figueira não floresça ou que os campos fiquem improdutivos e os rebanhos morram nos currais podemos nos alegrar nEle e exultar a Ele (Hab 3:17-19).
Ele é O Deus soberano que tem em suas mãos não apenas o futuro, mas o TEMPO, ele firmará nossos pés para andarmos em lugares altos pois o seu justo viverá pela fé.
Por: Rebeca Santos